Em visita ao novo parque tecnológico de Belo Horizonte (BHTec), o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, se comprometeu a apresentar a tecnologia mineira de monitoramento inteligente da dengue, MI Dengue, ao Ministério da Saúde, como solução ao combate à doença no país. Trata-se de uma tecnologia desenvolvida através de parceria entre a UFMG e a Ecovec, empresa de biotecnologia especializada no combate à dengue. O MI Dengue é uma tecnologia premiada internacionalmente que consiste num conjunto de ferramentas que monitora a população adulta do Aedes aegypti e a presença do vírus circulante da dengue. O sistema já foi adotado em mais de 50 municípios brasileiros, além de Cingapura, Havaí/EUA e Austrália e beneficiou quase três milhões de pessoas.
Resultados inéditos sobre a implantação da solução em Minas Gerais mostram que, nos municípios onde a tecnologia foi adotada, o impacto da epidemia foi reduzido em 50% com contenção do aumento da incidência de casos em aproximadamente 2,5 vezes no ano de 2010. Além do impacto positivo na saúde da população, o MI-Dengue garante economia para os municípios em termos de despesas com assistência médica e internações na rede pública. Atualmente, o custo do MI-Dengue é de cerca de R$ 1,30 por habitante por ano. Segundo estudos preliminares, estima-se que, para cada R$ 1,00 investido em prevenção com a tecnologia, é gerada uma economia de cerca de R$ 11,00. A pesquisa apontou que a economia somada em 20 municípios analisados pode ultrapassar R$ 30 milhões, sendo 25% de ganho direto aos cofres do Estado e os 75% restantes para a sociedade (considerando o absenteísmo e a perda de produtividade em função da doença).
Segundo o gerente de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Ecovec, Rodrigo Monteiro, a empresa se empenha em manter a tecnologia no Brasil, país que, segundo a Organização Mundial de Saúde, apresenta o maior número de casos da dengue. “Pedimos ao Ministro, um técnico por excelência, para criar a interlocução com Ministério da Saúde, uma vez que a tecnologia tem uma história louvável de inovação. Para nós, é uma obrigação social disponibilizar essa tecnologia para toda a sociedade brasileira, para que assim o país diminua esse fardo que carrega pela dengue, mantendo seus cidadãos mais saudáveis e protegidos”, afirma.
O MI Dengue é uma tecnologia da UFMG, da qual a Ecovec possui licença de uso e comercialização. A empresa, que mantém laços estreitos com a universidade para desenvolvimento de novas pesquisas na área, repassa parte da verba adquirida com a comercialização à instituição de ensino. O processo é formalizado através de uma patente compartilhada que representa uma parceria ideal entre universidade e empresas privadas, garantindo que a tecnologia desenvolvida dentro da academia seja aplicada para benefício da sociedade. Durante a visita à Ecovec, que está situada no BHTec, Raupp recolheu uma base documental da empresa para apresentá-la ao Ministério da Saúde.