Pompilio Canavez foi a Cambuí, no Sul de Minas , para discutir a despoluição do Ribeirão dos Antas
O Deputado Pompilio Canavez através da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais pretende realizar reuniões com diversos órgãos para debater a situação do Ribeirão das Antas e buscar alternativas para o saneamento e recuperação do rio. Serão marcadas reuniões nas Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Desenvolvimento Urbano e Regional e também com a presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O anúncio foi feito na última quinta-feira (6/12/12) pelo deputado Pompílio Canavez (PT), vice-presidente da comissão, ao final de audiência pública realizada na Câmara Municipal de Cambuí (Sul).
A audiência teve a finalidade de debater a degradação do Ribeirão das Antas, que corta a cidade de Cambuí e faz parte da Bacia do Rio Sapucaí. O comparecimento aos órgãos públicos será feito em conjunto com uma comissão de moradores da cidade e com integrantes do Comitê Nacional de Bacias Hidrográficas. Na reunião, ambientalistas e moradores defenderam a construção de uma estação de tratamento de esgoto e a mobilização de toda a sociedade no sentido de conscientizar, denunciar e impedir as construções irregulares às margens do rio como medidas emergenciais de preservação ambiental.
Segundo Nilson Silas, representante do prefeito eleito Dirceu Marques Silva, a construção de estação de tratamento de esgoto exige investimentos da ordem de R$ 12 milhões, custo estimado em 2007, quando o projeto foi apresentado à Funasa, pela administração da época. Ele argumenta que a administração municipal não tem condições de bancar esse investimento sozinha, sem a participação do Estado e da União. “Vamos precisar do apoio técnico e financeiro dos governos Estadual e Federal”, disse, acrescentando que a cidade produz 8,3 mil metros cúbicos de esgoto/dia, lançados no ribeirão.
Minas Gerais é a caixa d’água do Brasil
Audiência contou com a presença expressiva de moradores do município .
Fundador da Frente Parlamentar em Defesa das Águas de Minas Gerais e conselheiro do Comitê Federal da Bacia do Rio Grande, o deputado Pompílio Canavez chamou a atenção para o fato de que 70% das águas do sistema elétrico nacional pertencem às bacias de Minas Gerais, que formam o grande Lago de Furnas e alimentam 15 barragens até Itaipu. “Minas é a caixa d’água do Brasil”, disse. Lamentando que o Governo do Estado não esteja cumprindo o seu dever de repassar recursos para a manutenção e recuperação das bacias hidrográficas, prometeu cobrar investimentos do poder público estadual na recuperação dessas bacias.
As palavras do parlamentar foram reforçadas por vários outros convidados e participantes. Muitos, porém, ressaltaram que o compromisso com a despoluição do rio não deve ser tarefa exclusiva do poder público, mas de toda a sociedade. Foi o que defendeu, por exemplo, a jornalista Vanilda Souza, militante do meio ambiente, responsável pela coleta de mais de três mil assinaturas em favor da despoluição do rio, e o presidente do Comitê da Bacia do Rio Grande, professor Alexandre Augusto Moreira Santos, da Universidade de Itajubá. O militante Marco Aurélio Esteves, do Partido Verde, ponderou, porém, que a população não pode ser cobrada no mesmo grau em que se cobra do poder público, e defendeu um trabalho de educação ambiental nas escolas e de conscientização da população como um todo.
O superintendente de Regularização Ambiental do Sul de Minas, representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Amilton Ferri Vasconcelos, comprometeu-se a levar as reivindicações da comunidade ao Governo do Estado e sugeriu que as administrações municipais se utilizem das ferramentas colocadas à disposição pelo Codema (Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental), para reivindicar seus direitos.
