Sem planejamento, as obras pra implantação do BRT estão literalmente parando Belo Horizonte. No horário de pico são enormes os engarrafamentos nas principais saídas do Hipercentro. Na parte da manhã o trânsito em BH começa a parar entre as 06: 00 e 10:00 hs para quem se dirige ao cento da cidade. Na parte da tarde, o problema se repete em sentido inverso. De 16:00 às 22:00 transitar em Belo Horizonte é praticamente impossível. Nas principais avenidas, os quilométricos congestionamentos são provocados pelas intermináveis obras que estão sendo executadas. A implantação do BRT (Bus Rapid Transit) e os gargalos deixados nas avenidas Cristiano Machado, Nossa Senhora de Fátima, Antônio Carlos, Amazonas e Silviano Brandão são os principais limitadores do fluxo de veículos.
Já faz mais de 05 anos que as intermináveis obras começaram e de lá prá cá, o transito em BH que se transformou num verdadeiro inferno pode piorar ainda mais. Ocorre que a prefeitura de BH anunciou o fechamento de mais duas avenidas para iniciar obras do BRT.
O motorista que se dirigir para centro de Belo Horizonte deverá ficar atento para mudanças definitivas no trânsito da região. A partir de hoje, começa a instalação do canteiro de obras para a adequação de avenidas à futura passagem dos ônibus articulados do sistema BRT.
Já no dia 15 de maio, um trecho de três quarteirões da avenida Santos Dumont, entre as ruas da Bahia e São Paulo, será interditado nos dois sentidos, permitindo a circulação apenas de bicicletas e pedestres, além de trânsito local.
Pela avenida passam, diariamente, 18 mil carros. As 171 linhas de ônibus que circulam pelo trecho serão remanejadas para vias paralelas. A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) garantiu estar preparada para que a região não fique paralisada durante essa primeira etapa da obra, prevista para ser concluída em outubro.
No entanto, o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Murilo Valadares, reconheceu que não há como minimizar os efeitos no trânsito. “A população terá de se adequar e conviver com essas mudanças porque é para o benefício de todos”, alegou. Outras etapas estão previstas, uma vez que toda a extensão das avenidas Santos Dumont e Paraná passará por adaptações, como a instalação de piso de concreto e de estações de transbordo. O BRT funciona como uma espécie de metrô, em que a passagem é paga antes e o embarque e o desembarque são feitos em nível. Haverá um pista lateral, em cada sentido, destinada ao trânsito local e a uma ciclovia.
A próxima etapa da obra deverá começar após o período chuvoso, em 2013, quando novas mudanças no trânsito, dessa vez no entorno da avenida Paraná, serão necessárias. A obra, completa, tem previsão de ser concluída em outubro de 2013.
O motorista comum não mais poderá circular pelas duas vias após as intervenções. Quando as adaptações estiverem prontas, o eixo Paraná/Santos Dumont (entre rua da Bahia e avenida Amazonas) irá receber apenas os veículos articulados dos corredores do BRT das avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado. Os ônibus passarão pelo “circuito” e retornarão às avenidas de origem (confira ao lado). Nas extremidades das avenidas Paraná (na esquina com Amazonas) e Santos Dumont (na esquina com Bahia), serão construídas rotatórias de manobra dos ônibus do BRT.
Para o perito e especialista de trânsito da Polícia Técnico-Científica Marco Paiva, as intervenções no hipercentro para a construção das vias do BRT deixarão o trânsito ainda mais caótico e confuso. Ele faz ainda um alerta: o tráfego pode até mesmo parar na região. “Quando se cria uma zona de retenção, automaticamente o fluxo de trânsito é desviado para as vias adjacentes. Só que as ruas do centro já estão bastante saturadas e não têm estrutura para receber essa frota”.
O especialista afirma ainda que há uma falta evidente de planejamento e estrutura para a realização das obras na capital. “O que percebemos na implantação do BRT é que a prefeitura só está apagando incêndio. Não teve um projeto pensado a longo prazo”. A solução, apontada pelo especialista, é a criação de políticas públicas de incentivo ao esvaziamento do hipercentro, como a criação de rotas alternativas.
Não dá para aguentar mais 4 anos de ML.