BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que o número de miseráveis no Brasil cairá para 2,5 milhões de pessoas, a partir deste mês, quando começar a ser pago o novo benefício do programa Brasil Carinhoso, que ampliou o Bolsa Família.
O governo classifica como miserável quem sobrevive com até R$ 70 mensais per capita. Dilma prometeu erradicar a pobreza extrema até o fim do mandato, em 2014.
– Vamos deixar apenas 2,5 milhões (de miseráveis) para completar o ciclo da nossa promessa do Brasil sem Miséria, que é retirar todos os brasileiros da extrema pobreza. Esse programa é uma questão ética, moral, mas é uma questão econômica e política também – discursou a presidente, na abertura do 7º Encontro Nacional da Indústria, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Anunciada recentemente, a ampliação do Brasil Carinhoso consistirá no pagamento de recursos adicionais aos beneficiários do Bolsa Família com filhos de até 15 anos, de modo que todos recebam mais de R$ 70 mensais per capita. Esse benefício só era dado a famílias com filhos de até 6 anos.
O cálculo de Dilma leva em conta registros administrativos do Cadastro Único, que reúne dados de renda declarados pelos beneficiários do Bolsa Família e informados pelas prefeituras ao Ministério do Desenvolvimento Social. Ainda não há informações atualizadas do IBGE sobre o impacto do Brasil Carinhoso.
E são os levantamentos do IBGE que dão a medida da pobreza no país. Tanto que foi com base no censo de 2010 que o governo Dilma lançou o Brasil sem Miséria.
O dado mais recente do IBGE é o da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a Pnad de 2011, indicou a existência de 8 milhões de miseráveis no país. Já o Censo de 2010 apontou o dobro disso: 16,2 milhões de miseráveis.
A diferença entre o dado do censo e o da Pnad é, em essência, metodológica e não significa que 8 milhões de pessoas tenham sido retiradas da miséria de 2010 para 2011.
Em seu discurso nesta quarta-feira, Dilma destacou o papel do Bolsa Família na diminuição da pobreza extrema, afirmando que cerca de 18 milhões de pessoas continuariam na miséria, se não fosse o programa de transferência de renda:
– O Bolsa Família, se não existisse, hoje no Brasil teríamos 36 milhões de brasileiros e brasileiras abaixo da pobreza extrema, ganhando menos de R$ 70 per capita. Como o Bolsa Família foi feito, nós conseguimos, desses 36 milhões, em torno de 18 milhões, quase 19 milhões conseguimos tirar da pobreza extrema até 2010.
Dilma destacou o efeito econômico disso:
– Uma das características competitivas do nosso país é que somos país de quase 200 milhões de pessoas, de consumidores. Um país de 200 milhões de consumidores tem que zelar pelo seu maior patrimônio, que é cada uma das pessoas que o integram.
Presente ao evento, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou a implementação do Financiamento Estudantil voltado para empresas, o Fies Empresas, que emprestará recursos para que trabalhadores de empresas de pequeno, médio e grande porte possam fazer cursos de qualificação. Segundo ele, o Pronatec atendeu 2,5 milhões de pessoas.
O Globo